sexta-feira, 30 de maio de 2014

29/05/2014 {15:31}

E ouvi a seguinte conversa:
Mas eis que sou um poeta
E eu, que sou um viciado

E prestando atenção naquela valsa
De melodias e palavras
Vi dois grandes homens me confundindo em conceitos
- Ei cara, mas eu sou um poeta!
E no meio de doses de embriaguez:
- E eu que sou um viciado!?

Ah... Viciados e poetas
Quem há de entender os seus motivos
Correria pelas ruas da cidade
Para aquele que se vicia em palavras
Ou a angústia de luzes distorcidas 
Para aquele que escreve os seus vícios

E como não serem ambos
Poetas e viciados
Poetas e poetas
Viciados e viciados 

E assim viciados em poesia pagã
Poetas de uma droga abstrata
Viciados em sons, palavras e rimas
Poesia em forma de sensação
Seguida pelo dilatar da pupila
Pela substância tóxica
Que emana do próprio eu

Enxergar a vida em preto e branco
Ou por vezes em tons de cinza
Cores que em forma de poesia
Entram em transe, saem fora de si

Sejam loucos sucumbidos 
Por seu próprio universo
Entorpecidos pela surrealidade
Escondidos pela própria vida
Ou querendo gritar aos quatro ventos
Hora pedidos de socorro, hora de salvação

Sejam eles heróis ou criminosos
Cada um ao seu vício
Sua maneira poética de ser
Seja na fumaça de uma ideia
Seja no tragar de uma sensação
Seja no escrever de uma droga
Ou no versar debruçado sobre um copo de uísque
Meio cheio, meio vazio
Dando lugar à 
Heróis vazios de si mesmo
E criminosos cheios de algo mais...

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